quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Ciclideos

Classificação Científica


Reino: Animalia
Filo: Chordata 
Classe: Actinopterygii 
Ordem: Perciformes
Família: Cichlidae


Ciclídeos é uma família de peixes de água doce da ordem Perciformes que inclui cerca de 105 géneros e 1900 espécies. Os ciclídeos representam a maior família de peixes (em termos de número) e cerca de 5% dos vertebrados existentes na Terra. Os ciclídeos possuem o corpo comprimido lateralmente, uma narina apenas por lado do corpo, a linha lateral dividida e espinhos nas nadadeiras dorsal e anal (dorsal, entre 7 e 25 raios duros e 5 e 30 raios moles; anal, entre 3 e 15 raios duros, geralmente 3, e 4 e 15 raios moles, em algumas espécies até 30). O grupo caracteriza-se ainda: pela presença de dentes nas duas mandíbulas e na garganta e pelo intestino, que sai do estômago pelo lado esquerdo (ao contrário dos restantes grupos de peixes). 

Os ciclídeos têm ampla distribuição geográfica nas Américas, África, Madagascar, litoral sul da Índia, Sri Lanka e Oriente Médio. Foram introduzidos em vários países dos 4 continentes, e em alguns são a única fonte de proteína animal para milhões de pessoas. As espécies mais conhecidas são as que habitam o continente americano (ciclídeos neotropicais) onde se destacam os populares acará disco - Symphysodon aequifasciatus - e acará bandeira -Pterophyllum scalare. O continente africano, mais precisamente na região do Rift Valey (Lagos Vitoria, Malawi e Tanganyika) se destaca pela biodiversidade de espécies dessa família. Estes ciclídeos africanos caracterizam-se pela exuberante coloração e seus tamanhos variam de 2,5 centímetros (Neolamprologus multifasciatus) a 80 centímetros (Boulengerochromis microlepis), ambos do lago Tanganiyka. No Malawi encontramos predominantemente os generos Pseudotropheus, Melanochromis e Aulonocaras. Possuem as mais variadas formas, mas em geral o corpo é moderadamente profundo e comprimido. O lago Malawi merece especial atenção por ser habitat das espécies mais coloridas da família.

Aequidens diadema



Biótopo:
América do Sul - Acaras

Distribuição Geográfica / População:
Rio Negro e Rio Orinoco

Características da água:
PH - 6.0 a 7.0
Temp. - 23 a 28 ºC. 

Alimentação:
Em aquário é facilmente alimentado com artémia, larvas de mosquito, dáfnia, granulados e flocos comerciais. Há, ainda, quem os alimente com pequenos peixes vivos (nomeadamente peixes do grupo dos tetras). Facilmente abocanham, também, gastrópodes. Esta espécie possui, então, hábitos predatórios, embora seja omnívora.

Dimorfismo Sexual:
São monomórficos. Mas os machos tendem a ficar maiores que as fêmeas. Os machos adultos possuem barbatanas com filamentos extremamente longos, sendo estes mais curtos e arredondados nas fêmeas, especialmente na barbatana dorsal.

Tamanho Máximo:
Macho – 15 cm. 
Fêmea – 12 cm.

Comportamento:
É uma espécie de temperamento moderado para um ciclídeo, no entanto, poderão comer alguns peixes mais pequenos que coabitem no aquário, tais como pequenos tetras. Podem coabitar com outros ciclídeos, desde que estes sejam do mesmo tamanho que os A. diadema, de forma a que não lhes sirvam de alimento.

Reprodução:
Depositam os ovos em substratos, como vegetais e pedras. Os ovos eclodem cerca de 60 horas após a postura.

Tamanho mínimo do aquário:
1,20m para um casal.

Outras Informações:
Desaconselha-se a manutenção desta espécie com tetras de pequeno porte (como neóns ou cardinais) uma vez que estes podem predá-los. São animais bastante interessantes de uma beleza singular, que devem ser mantidos em aquários grandes e espaçosos para que possam nadar livremente, devido ao seu porte considerável. Em aquários pequenos o risco de interacções agonísticas entre o macho e a fêmea é elevado. Por isso, e por não se desfrutar da potencialidade do comportamento desta espécie, desaconselha-se a sua manutenção em aquários pequenos. Não são escavadores, e isso é bem notório na forma da sua boca, quando comparada com espécies escavadores como as do género Geophagus.

Autor:
Tiago Jesus

Geophagus sp. "Tapajos Orange Head"



Biótopo:
América do Sul - Eartheaters

Distribuição Geográfica / População:
Rio Tapajos, bacia do Amazonas

Características da água:
Temperatura: 24ºC a 28ºC
pH: 6,0 a 6,6
dH: 2 a 6 

Alimentação:
Tal como a sua denominação indica (eartheaters), são peixes que buscam nos fundos arenosos a sua alimentação que se compõe de pequenos crustáceos e larvas de insectos.
No aquário têm tendência a ser selectivos com a comida rejeitando flocos. Devem por isso ser alimentados com comida congelada, tal como artemia, kril e larvas de mosquisto (esporadicamente) e granulados de boa qualidade.

Dimorfismo Sexual:
Os machos tendem a ficar maiores que as fêmeas e têm as barbatanas dorsal e anal mais pontiagudas e a zona vermelha da cabeça tende a ser mais colorida nas fêmeas na altura época da reprodução.

Tamanho Máximo:
Macho: 16cm
Fêmea: 14cm

Comportamento:
Tal como a generalidade dos geophagus, é uma espécie bastante pacífica para peixes de outras espécies apenas se notando conflitos com outros peixes do género Geophagus mas que, num aquário com as dimensões adequadas, não são mais do que o definir de hierarquia e de marcar território sem chegarem grande confronto físico. Coabitam por isso facilmente com outros ciclídeos anões mas deve evitar-se mantê-los com outros ciclídeos de grande porte devido à sua timidez.

Reprodução:
Incubador bocal larvofilo biparental. 
O casal, depois de formado, escolhe um local, como uma pedra lisa ou um tronco inclinado, para fazer a postura e limpa-o com cuidado. Enquanto os ovos estão depositados no local de desova, a fêmea areja os ovos e defende-os dos intrusos, enquanto o macho vai guardando o território. 72 horas após a postura, os ovos transformam-se em larvas e, nesta altura, são recolhidas pela fêmea na boca terminando aí a encubação. 

Tamanho mínimo do aquário:
1,50m para um grupo de 5 indivíduos de ambos os sexos ou um casal a viver em conjunto com outros Geophagus.

Outras Informações:
Esta é uma das espécies mais pequenas de Geophagus e das mais populares devido à sua beleza derivada da zona vermelha da cabeça.

Autor:
Jacinto Salgueiro



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